As Ervateiras Terra Mirim
D. Mhinana, Zuca, Aylana, Juliana Oru – As Ervateiras Terra Mirim são buscadoras devotas, que vibram cotidianamente a imersão no Reino Vegetal e os Quatro Elementos, em incansável estudo na fonte da vida e da saúde, reverência e aprendizado num serviço fundamentado no Xamanismo da Deusa Mãe! Delas, é a iniciativa de cuidar das mudas de ervas e árvores nativas da Mata Atlântica – o viveiro Terra Mirim – e a feitura dos Florais Terra Mirim, uma experiência nativa e singular com as propriedades visíveis e invisíveis que as flores presenteiam à vida.
As Ervateiras têm um rico acervo de informações sobre o Reino Vegetal, disponibilizado aqui neste espaço de troca de saberes para você que permeia esse campo de vibração de conexão com a força de cura vegetal. A cada mês, trazem um pouco mais de conhecimento sobre uma planta, adquirido em experiências de imersão com o Reino Vegetal, pesquisas em fontes orais e científicas e o estudo dos Florais Terra Mirim. Mais que as características, são os portais que elas abrem para a jornada mítica de autoconhecimento. É a sabedoria da conexão com as ervas e saberes ancestrais da Grande Mãe!
A Mata Atlântica exuberante do Vale do Itamboatá lhe convida a acreditar no sonho e na força das ervas!
Espada me dá tua unção,
Espada limpa o meu corpo,
E guarda o meu coração
A Sansevieria trifasciata, conhecida popularmente como Espada de Ogum, é uma planta sagrada de poder e de proteção.
A Espada de Ogum é muito presente em rituais e também encontrada nas entradas das casas e lojas. Sua presença traz força, centramento e segurança. Ela possui o poder de purificar o ar e eliminar substâncias tóxicas do ambiente, além de produzir oxigênio durante a noite podendo ser utilizada também em ambientes fechados como os quartos.
A forma dessa planta cabocla tem uma associação energética com os princípios de cortar, combater e dar limite as energias densas e interferentes. É uma erva medicinal, litúrgica, e por apresentar elevado nível de toxicidade costuma ser utilizada para batimentos de ambientes, sendo seu banho aconselhado somente em casos especiais. Seu cultivo é recomendado nos jardins da frente da casa ou em vasos nas entradas das casas, por proteção do campo energético.
Planta especial, abrange dois elementos – Terra e Fogo. Suas belas flores lunares são muito aromáticas e seu floral traz determinação e foco para a concretização dos objetivos.
E no Céu vai caminhando
Me revela Seu perfume
E traduz a cor do sonho
Esse é um trecho do ícaro da Bonina, a flor rosa violeta que tem perfumado nossas noites de Lua aqui em Terra Mirim. Como diz o ícaro, suas flores só abrem a noite e têm um suave perfume. Possuem cores variadas de brancas, laranjas e sulferinas.
Ela é a Mirabilis jalapa, planta do Elemento Fogo, que reflete todo o espectro do arco-íris. Seu nome científico significa “maravilha ou admirável” e sua energia alimenta nossa expressão artística de integração. Para o campo do corpo físico, ela é rica em propriedade cicatrizantes, diuréticas e afrodisíacas.
Suas raízes são tóxicas e suas sementes venenosas. Devemos respeitar cada ser do Reino Vegetal, para sabermos desfrutar com sabedoria dos seus poderes medicinais. Seu floral nos abençoa com o fortalecimento da expressão artística da alma, ampliando a intuição e a conexão onírica.
A planta é de fácil cultivo, prefere meia sombra e luz solar boa parte do dia, solo rico em nutrientes, mas não tolera temperatura muito alta, nem escassez de água. Ela se reproduz através da propagação das sementes. Gosta de solo fértil e drenável, com reforço trimestral de matéria orgânica e regas frequentes sem encharcamento.
A Bonina é bastante rústica e aceita temperaturas baixas. Propaga-se por mudas e sementes. Sua manutenção inclui adubações mensais na primavera e verão, período em que mais ocorre a floração.
A planta Hedychium coronarium conhecida como Lírio Borboleta ou ou Lírio do Brejo ou Gengibre Branco é uma planta do elemento água que tem perfumado nossas noites em Terra Mirim neste mês de fevereiro.
Ela é uma planta perene, que gosta muito de áreas alagadiças como suas touceiras podem chegar a 2 metros de altura. É possível reproduzi-la por meio de suas raízes que parecem mais gengibres com cheiro de flor. O cultivo deve ser feito em locais sombreados, em solo fértil com bastante matéria orgânica. Floresce no verão ou no outonos. Uma curiosidade é que ela ajuda a oxigenar as águas de rios e lagoas evitando processos de eutrofização.
O Lírio Borboleta é considerada uma PANC, Planta Alimentícia Não Convencional, pois suas raízes e flores são comestíveis. Entre suas propriedades medicinais é utilizado para tratar tosse, problemas respiratórios pois ele estimula a resposta imunológica do organismo. Pode ser feita a infusão das flores ou a decocção do rizoma.
Suas flores podem ser utilizadas em banhos de ervas para a limpeza de energias emocionais. Seu floral estimula o nosso sonhar e nos brinda com as energias da calma e paciência podendo ser desfrutados por todos, inclusive gestantes, crianças e animais.
Coarana do meu quintal
De noite a coarana cheira
De manhã vem me acordar
O aroma da Coarana, Cestrum laevigatum, é forte e marcante, como a estrofe do seu ícaro nos indica, seu cheiro nos desperta e traz para a presença.
Estamos no tempo da floração dessa planta curandeira. Ela tem folhas raízes, caule e folhas fortes e flores brancas, muito delicadas e pequeninas. Seus frutos produzem uma tinta roxa muito forte, utilizada antigamente para escrever.
Seu uso traz profunda limpeza de ambientes e pessoas. Ela nos cura através de florais, em banhos e também em benzeduras.
A coarana é muito comum no Vale do Itamboatá, território de Terra Mirim. Ela é abundante e muitas vezes nasce espontaneamente, especialmente nas bordas do rio. Sua reprodução se dá através de estaquias ou plântulas. Ela prefere áreas de luz e sombra.
Ela exala é a mirra, é a mirra
A Tetradenia riparia é uma planta muito aromática de porte herbáceo altamente cicatrizante, antimicrobina, desinfetante e desodorante.
Podemos disfrutar do seu poder em banhos e gargarejos. Seu extrato também é usado como cicatrizante e no tratamento de aftas e gengivite, limpando, protegendo as mucosas da boca e garganta e principalmente mantendo a flora bucal saudavel. Sua floração atrai muitos beija-flores.
Seu óleo essencial tem a cor vermelho intenso e é considerado uma raridade pelos seus efeitos extremamente curativos.
Presente nos rituais de Deus Menino, trazida por um dos Mestres Reis Magos, alquimistas e curadores, guardiões da energia nascente da Luz. Muito usada nos templos e casas de peregrinos como incenso, para purificar, proteger e estimular a espiritualidade.
Sua multiplicação ocorre por meio de sementes ou por estaquia. Prefere sol pleno e gosta de solos mais soltos com bastante matéria orgânica e boa drenagem.
Pode ser cultivada em vasos, atinge menor porte, ou em jardins, onde atinge de 1 a 2 metros de altura. A Mirra é um arbusto originário da África do Sul.
Novembro mês dos ancestrais, a Acássia floresce nos campos mágicos de Terra Mirim oferecendo ao nosso caminhar um delicado tapete de flores rosas. Sua vagem, por outro lado, é forte, tem casca grossa, como o tronco dessa árvore, e abriga as poderosas sementes de poder e abundância em seu interior. O encontro com suas flores e sementes nos revela o porquê dessa planta ser símbolo de fertilidade.
Na filosofia Hindu, a Acássia Rosa é considerada a expressão solar do renascimento, da iniciação e do mistério. Entre os Quatro Elementos, ela está mais vinculada ao Avô Fogo.
Seu nome científico é Cassia grandis e é uma espécia melífera, que atrai a fauna silvestre e se reproduz através das suas sementes. Sua essência floral é indicada para insegurança e a crença na incapacidade de realizar os próprios sonhos.
Também conhecida como Kashimir Buquê, o Buquê de Noiva, nos oferece em sua flor o cheiro doce do encontro. Ela em seu elixir floral Elemento Terra traz a lição de que somos todos iguais.
Sua matriz energética fortalece as qualidades do conforto e consolo. Faz vibrar nos corações a humildade, a sutileza, a paz sincera e perene. Entre seus aprendizados nos conduz a saber partilhar e ser receptivo. Para as mulheres dá suporte no período da menopausa.
A reprodução da Clerodendrum fragrans pode ser feita por meio de sementes ou plântulas. A planta aprecia clima ameno mas se adapta facilmente ao clima tropical. O plantio deve ser feito em solo fértil (adubado) mantendo a umidade até a muda atingir 25 cm de altura. A partir desse momento chega o tempo de realizar o plantio no local definitivo.
Eis que nesse tempo de primavera a pitangueira, planta nativa da Mata Atlântica, nos brinda com suas flores deixando a copa de suas árvores bordada pelas mãos da Deusa Mãe.
A Eugenia uniflora atua em nosso corpo físico combatendo ansiedade, hipertensão arterial, reumatismo, diabetes, cólicas menstruais e febre. Podemos acessar essas qualidades bebendo o chá e fazendo inalação com suas folhas. Por ser rica em vitamina C é também indicada para estados gripais e proteção do sistema respiratório.
Sua ação no campo emocional e espiritual traz movimento colocando cada coisa em seu lugar. Ao tomar banho de ervas ou comungar do floral de pitanga temos a oportunidade de acessar as energias de fortalecimento da auto-estima, coragem, perseverança, autodomínio e alegria. A PITANGA é uma curadora que nos ajuda a tomar decisões.
Para multiplicar esse ser alto astral plantamos suas sementes após despolpá-las do seu fruto maduro, laranja e suculento. Antes de plantar as sementes precisam ser lavadas e secas a sombra. Daí colocam-se duas sementes em recipiente de pelo menos 12x16cm já preenchidos com substrato. Após a semeadura é importante manter a umidade por 22 dias. Assim que a muda estiver com 25cm de altura é o momento realizar o plantio em local definitivo.
Mudas de Pitanga estão disponíveis para venda no Viveiro Senhora das Ervas de Terra Mirim!
Aroeira é curandeira, é nativa, é meu amor
O nome científico da Aroeira é Schinus terebinthifolios. Um nome comprido para um árvore que nos abençoa com seu entrecasco, folhas, sementes e flores.
Ela tem poder adstringente, cicatrizante e anti-inflamatório. Suas sementes, também conhecidas como pimenta rosa, são utilizadas na alimentação. Em banhos com suas folhas ou entrecasco limpa o campo pessoal e descarrega energias densas. Muito curadora também em banhos de assento e gargarejos devido ao seu poder antisséptico. Para as mulheres no pós-parto pode ajudar com as lacerações de períneo, seja através de compressas frias, seja com lavagem direta com o chá em temperatura ambiente ou hidrolato, visto que banho de assento não é recomendado nesse período.
A árvore da Aroeira é de fácil cultivo no bioma da Mata Atlântica podendo ser reproduzida por estaquia, sementes e plântulas, que nascem perto da árvore mãe. Estas devem ser mudadas com no máximo 15cm.
Seu floral traz firmeza para tomar decisões e enraizamento. A figura mítica associada ao espírito da planta é da Cabocla.
Hey, Quioiô!
Hey, Quioiô!
Quando nos aproximamos do QUIOIÔ sentimos seu perfume poderoso e vitalizante.
Aqui em Terra Mirim a matriz do quioiô que nos cura foi colhida na mata, por isso carinhosamente o denominamos o Caboclinho da Mata. Essa erva que tem como nome científico Ocimum Gratissimum L. é uma equilibradora para nosso corpo e regenerador da energia vital. Sua tintura purifica nosso corpo físico e fortalece o sistema imunológico. Seu floral atua em nosso corpo emocional com a vibração de enraizamento na vida e fortalecendo o poder de realização.
Ela reúne entre seus benefícios medicinais o tratamento para dores articulares, gripes, resfriados e questões de ordem respiratória em geral. É utilizada em inalações para crianças e adultos, chás, escalda pés e banhos de ervas. Ter um buquê de quioiô em sua casa, purifica e harmoniza todo o ambiente. Tem o potencial de aliviar as dores das mulheres no processo de parto e aumentar a produção de leite daquelas que estão amamentando. Além de tudo isso é uma erva aromática cheia de personalidade, deliciosa para temperar caldos e sopas.
Produção: o quioiô se reproduz, mais facilmente, por estaquia, em um substrato com boa aeração e drenagem. Na natureza ele se multiplica através de suas abundantes sementes. Gosta de sol e sombra.
Esse é um trecho do ícaro da nossa planta curandeira, a Senhora Água de Alevante. Como planta do Elemento Água, seu floral vem ensinar para nosso corpo emocional a aceitação da vida como ela é, o auto perdão e a diluição das memórias que adoecem nosso corpo. Tudo isso com suavidade e doçura de uma mãe acolhedora.
Nesse período de início de inverno, um chá de Água de Alevante nos convida a aquecer o coração e acalmar a mente. Entre seus benefícios, inclui o tratamento de problemas circulatórios, dores, inflamações, alívio em caso de gripes e cólicas menstruais. Além de tudo isso, ela é uma boa companheira no exercício do amor próprio cotidiano.
Em um banho de ervas é uma erva perfumada, que compõe junto com outras ervas um buquê que purifica o corpo físico e acalma a mente, fluidificando as emoções.
A Lippia alba, também conhecida como Erva Cidreira, nos brinda com muitas curas e é muito presente no nordeste brasileiro.
No corpo físico, seu chá auxilia na digestão e no tratamento da gripe. No corpo emocional, ajuda a acalmar e relaxar. Para quem menstrua, auxilia nas cólicas e regulação do ciclo. Seu banho tem atuação antialérgica, anti-inflamatória e analgésica.
Sua reprodução é por estaquia e mais adequada em lugares secos e menos úmidos, com incidência solar constante.
Seu campo mítico está associada a Deusa Melona, ninfa negra protetora das abelhas, e por isso ficou conhecida como “erva do mel de abelha”. Sua aura energética possui cor rosa brilhante e verde. Seu floral contribui para tratar o luto e o inevitável. É também um floral presente na linha dos Florais Terra Mirim dedicado às gestantes, e tem o poder de auxiliar em todo o ciclo gravídico puerperal.
Nas folhas o mistério da vida em expansão
Saião, saião, meu nome é saião
E trago a Lua em meu coração”
Como a singeleza do seu ícaro expressa, o Saião esbanja abundância com um toque de simplicidade despreocupada. Às vezes, em momentos de contemplação do reino vegetal, é possível observar o saião brotando expandindo suas raízes pelas bordas das suas folhas. Essa forma assumida pela planta indica sua facilidade de propagação, especialmente em áreas úmidas, já que possui uma folha suculenta.
O uso medicinal do Kalanchoe Brasiliensis refere-se a cura de queimaduras, feridas, dores de ouvido e questões respiratórias como asma, bronquite e tosse alérgica. Para tratamento respiratório, é possível fazer um xarope com apenas três folhas de de saião combinadas com o hortelã da folha grossa. As folhas são picadas, aquecidas em banho maria, liberando o extrato das duas plantas, e misturadas com mel. O resultado é um xarope saboroso e poderoso. É possível acrescentar também gotas de própolis.
O saião também é conhecido como coirama, folha da fortuna e orelha de monge. Ela é uma folha que acalma, rica em uma mucilagem viscosa chamada de sêmen da vida. Seus poderes mágicos incluem as capacidades de unir e apaziguar. Seus banhos acalmam as emoções e esfriam o orí – cabeça em iorubá. Sua essência floral tem efeito similar, capaz de pacificar a raiva, o estresse e o nervosismo, Sua floração assemelhasse a pequenas lanternas verdes e rosas, mesmas cores do chakra cardíaco.
O poderoso Pinhão Rôxo, de nome científico Jatropha gossypiifolia, é também conhecido como jalapão e mamoninha. Planta do Elemento Fogo, vibra nas cores vermelho e vinho, trazendo em si o poder da transformação, em especial para os ambientes físicos, quintais e cômodos da casa.
Suas flores são formadas em cachos, bem pequenas e vermelhas, com um leve aroma.
O uso na medicina popular, feito com muito cuidado por ser uma planta tóxica, tem efeitos comprovados como antimicrobiano, antineoplásico, cicatrizante, hipotensor, diurético e purgativo.
O pinhão-roxo é usado em benzimentos contra mau olhado, para descarregar energias negativas (em banhos), na limpeza das casas (como vassoura) e seu chá usado para lavar feridas abertas, além do controle das larvas do Aedes aegypti.
O cultivo do Pinhão Roxo é fácil em solos férteis, devendo ser plantada em local pleno de sol, onde costuma florescer e frutificar facilmente.
Todes sabemos o quanto a Lua influencia diretamente as mulheres e suas emoções. Neste mês de março, quem se revela para despertar-nos sobre esse Arquétipo do Feminino é a Deusa Ártemis, a deusa que conduz a luz da Lua, que honra e protege o sagrado na Natureza. E trazendo para o Reino Vegetal quem incorpora essa qualidade é a Artemísia, com sua vibração prateada atua no campo do inconsciente, da intuição e dos mistérios.
“Meu orvalho te banha, te cura e te ama
E eu também não sou sua mãe?”. E assim a Artemísia falou:
“Eis que surge um coletivo, não um bando! Vem galopando depressa pelo vale verde em noite prateada. Quando vão se aproximando mais um pouco vemos que parecem mulheres montadas em cavalos. Só um pouco mais perto e vemos que são bonitas e fortes como as Amazonas. Uma delas, apenas uma, aproxima-se de nós e vemos que ela veste roupas verdes, roxas e azuis. No seu pulso um relógio e na sua mão uma bússola. Qualidades de quem possui o poder da navegação pelo espaço e pelo tempo. Ela nos cumprimenta com um grito, um barulho forte, que faz nossos menores pêlos de humanos arrepiarem-se em um gesto de respeito e reconhecimento. De alma encarnada, ela tem ares e cores de sonhadora, porém, os pés no chão. Quando ela se vira para voltar às suas, vemos em suas costas uma fita prateada comprida que vai até sua cabeça, como um eixo saudável, ao mesmo tempo masculino e feminino. No caminho, o chão que toca deixa um rastro verde. Em menos de um segundo todas desaparecem nas entranhas do vale. Nós demoramos um pouco para nos aproximar desse verdume rasteiro que brota do chão. De longe parece até uma mandala ou quem sabe uma teia. Ao chegar mais perto vemos uma relva prateada na noite de orvalho, pura luz. Éramos muitas e ao nos aproximarmos dela sentimos a energia do Portal da Vida: da cura da gênese, da lua em si, do suporte, de quem ocupa e preenche vazios, da útera, da menstruação, da sexualidade, da sedução, do fortalecimento dos encontros de amor, unidade entre o olfato e sabor, da fluidez do sistema sanguíneo, do portal dos sonhos, um canal de autoconhecimento e recados do inconsciente. Recebemos um presente abundante e misterioso”.
Que a força da Artemísia, essa guerreira da luz, possa adentrar nossa alma, nos preencher e nos nutrir com sua energia vibrante e inspiradora. E assim é!
A Babosa é uma planta poderosa muito conhecida pelas ervateiras. Seu nome científico é Aloe Vera (L) Burm.f. Ela é de origem africana e é da família das Liliáceas. Embora a espécie mais conhecida e estudada seja a Aloe vera, existem pelo menos outras 350 espécies, algumas com ocorrência aqui no Brasil.
Sua história vem de longe e “de acordo com a literatura, os primeiros registros de uso da Aloe vera foram encontrados na Mesopotâmia, cerca de 2.100 a.C. Há citações para seu uso também no Egito, registradas no Papiro de Ebers, datado de 1550 a.C.: além de ser apontada como segredo de beleza das rainhas Cleópatra e Nefertiti.” (UNIRIO).
Seus usos mágicos e medicinais são diversos. Ela pode ser incluída no suco verde, auxiliando na limpeza e desintoxicação do organismo. Ela possui propriedades vermífugas, digestivas, laxante e fortalece o sistema imunológico. No uso externo ela trata e hidrata os cabelos e ajuda no tratamento de vários sintomas relacionados a pele, como as queimaduras, irritação e lesões na pele, além de ter um grande poder de cicatrização.
Na indústria é usada em uso tópico, especialmente nos cuidados com a pele e nos cabelos. Ela também está muito presente na indústria farmacêutica, no trato da saúde do corpo de uma forma geral, através da ingestão, pois é rica em minerais e em várias vitaminas essenciais para o corpo.
A Babosa é de fácil cuidado, podendo inclusive ser plantada em vasos dentro de casa. Ela gosta de receber a luz do Sol, mas também pode ser cultivada sob meia luz. O solo deve ser bem drenado, pois a Babosa não tolera encharcamento, podendo ser solo arenoso ou argiloso.
Caldas para combater Pragas: Pulgões e Cochonilhas
As plantas, como Seres Vivos que são, sentem e respondem a quem as cuida com prazer e carinho! Durante o plantio, no tempo chuvoso e úmido, é preciso atenção e cuidado especial. Uso de tratos culturais é fundamental para o bem-estar da planta.
CALDA DE FUMO
Usada para combater principalmente os Pulgões e as Cochonilhas. Desfie vinte centímetros de fumo de corda numa vasilha e coloque dois litros de água. Deixe de molho num local escuro por pelo menos dois dias. Esprema bem o caldo e guarde numa garrafa ou outra vasilha de vidro escuro.
Quando for usar, dilua na proporção de uma parte do caldo para três a cinco partes de água e misture um pouco de sabão em pó ou em em barra, para dar maior aderência nas folhas. O caldo pode ser extraído mais rapidamente em água fervendo, como chá. De qualquer forma o melhor é aplicar a calda com um pulverizador.
CALDA DE PIMENTA
Machuca um punhado de pimenta malagueta com um pouco de água. Deixe de molho em mais água (1/2l) por dois dias ou mais. Coe e dilua em água usando uma parte de caldo para duas a cinco partes de água, dependendo da concentração e pulverize nas plantas atacadas por Pulgões ou Cochonilhas. O macerado também pode ser feito com Urtiga ou chá de folhas de Alamanda.
Tempo de inverno é temporada de colheita do milho.
No solstício, a noite mais longa do ano, celebramos a fartura e abundância da Mãe Terra com o alimento mais típico do período: o milho.
As histórias do milho estão presentes em nossa Abya Ayla, nome ancestral dado a América Latina antes da invasão, a partir dos deuses astecas Centeōtl, deus milho, o também asteca Xochipilli que além de ser vinculado ao milho está conectado as flores e as artes, e a deusa Chicomecōātl.
Os povos maias mesoamericanos também se conectavam com a divindade do milho e de acordo com o Popol Vuh, livro no qual consta um registro documental do povo maia, a cabeça da divindade deus do milho toma forma de suas espigas, um espírito da vegetação conectando com histórias de criação do mundo.
Em Terra Mirim, estamos gestando um Banco de Sementes Comunitário para que possamos manter nossas sementes boas e expandir nossos cultivos de abundância sempre.
Nesse mês de junho, As Ervateiras vem lembrar a força e a sacralidade desse alimento nutritivo e cheio de afeto. Que possamos ser guardiãs e guardiões das sementes boas que nutrem todos os nossos corpos!
FTM – O que é ser Ervateira?
D.Valda – Ser ervateira é uma necessidade da vida. Muitas pessoas, inclusive eu, começaram a profissão de ervateira por pura necessidade de sobrevivência. Uma amiga me chamou uma vez para ir com ela colher ervas na mata. Me explicando que essa seria uma profissão que poderia me dar uma renda financeira. Ela me falou que era mata fechada e que tinha riscos de animais selvagens, de caçadores, de possíveis donos de terra. E mesmo assim eu fui. Aprendi com elas a arte de reverenciar as ervas, como colhê-las e como reconhecê-las. Hoje não colho mais ervas, mas as colegas que ainda praticam essa profissão, correm riscos bem maiores… Aqui no Oiteiro, região de Simões Filho, as matas já foram quase todas ocupadas por construções privadas, construções essas que cercaram seus terrenos, destruíram suas matas e ervas. Então uma ervateira hoje dessa região, ou arrisca a vida invadindo o que restou dessa mata, onde os guardiões a recebem armados e prontos para atirar ou agora precisam se deslocar para outras cidades como Camaçari, atrás de novas regiões de matas. O que causa na verdade um custo de transporte, de tempo bem maior.
FTM – E pra onde elas levam as ervas?
D.Valda – As ervas após colhidas são selecionas e separadas para depois serem levadas a Feira de São Joaquim em Salvador.
FTM – Toda Ervateira é Benzedeira?
D.Valda – Não, muitas ervateiras, são só ervateiras. Muitas Benzedeiras são só benzedeiras. E algumas são as duas.
FTM – Então primeiro você trabalhou como Ervateira e depois se tornou Benzedeira?
D.Valda – Benzedeira na verdade veio primeiro. Eu era bem jovem quando eu levava minha filha para ser benzida por D. Laura. Ela sempre dizia que o sonho dela era que a filha seguisse seus passos, mas a filha não queria. Então um dia, já bem velhinha, ela me chamou e disse que ia me passar uma reza, que eu era benzedeira, que assim poderia benzer minha família. Mas que não falasse a ninguém essa reza, só quando eu tivesse também bem velhinha, poderia passar essa reza para outra pessoa. Mesmo sem acreditar, as vezes eu benzia alguém e depois iam me agradecer pela melhora. E assim foram várias vezes. Sempre recebendo retornos de cura e melhoras, inclusive de outros benzedeiros. Até que eu mesma assumi, pra mim mesma, que sou uma Benzedeira.
Você já escutou falar sobre o Coletivo Floral Terra Mirim?!
Estamos abrindo um novo grupo de experimentação, para quem sente o chamado de começar ou continuar a comungar da “medicina das flores” – os Florais. As inscrições para esse grupo estão no final do texto… E caso você queria conhecer mais ou aproximar-se das nossas práticas, siga a leitura e seja bem-vinde!
A Medicina Floral é suave, sutil, profunda e vibracional, que atua no campo da cura de maneira integrativa e complementar, visando a promoção e a recuperação da saúde em todos os níveis – físico, mental, emocional e espiritual.
Além de tônus emocional, os florais têm o poder de harmonizar emoções e podem ser usados sozinhos ou como auxílio de algum tratamento médico convencional. Por ser de origem natural, a medicina floral não tem contraindicações e não interfere no efeito dos remédios alopáticos e homeopáticos. Além disso, os florais não apresentam efeitos colaterais e não causam dependência. Trata-se de um sistema de cura baseado nos princípios da simplicidade, que contém apenas a concentração energética das flores para atuar diretamente nos corpos sutis das pessoas, onde estão as raízes da maioria das doenças.
A terapia com florais tem como sistema precursor os Florais do Dr. Bach (1886-1936). Assim como Paracelsus (1499-1541), Bach compreendeu que a Natureza é a verdadeira medicina e que o terapeuta e o médico são apenas mediadores, estabelecendo um novo sistema de cura, com o poder da cura descentralizado da figura do médico, dando autonomia a cada um/a para se curar através das essências florais disponíveis na Natureza. Desde jovem, ele havia percebido que a personalidade e as atitudes das pessoas afetavam seu estado de saúde. E assim, após muita dedicação e estudo, concluiu que um mesmo tratamento não curava a mesma doença. Percebeu que a personalidade do paciente era mais importante que os sintomas, e que a linha que a medicina convencional seguia de cura dos sintomas não fazia sentido, ou seja, percebeu que não era a doença que precisava ser tratada e sim, o estado de humor e as características de personalidade de cada um/a. Assim sendo, o Sistema Floral considera a individualidade de cada ser e a necessidade de uma terapêutica especifica, sendo primordial uma adequada escuta personalizada de cada caso. Desde Bach, outros sistemas de florais vêm sendo desenvolvidos, como os florais de Minas, de Joel Aleixo, florais da Amazônia, entre outros, e os Florais Terra Mirim.
E como surgiu esse Sistema Floral Terra Mirim?
Um pequeno grupo de quatro mulheres, buscadoras e devotas do Reino Vegetal, iniciou há 6 anos o estudo e preparação das Essências Florais. Este grupo tem como fonte de origem e inspiração cotidiana o Xamanismo da Deusa Mãe, dos Quatro Elementos e a Sabedoria Ancestral, inspirades pela Guiança da XamAM Alba Maria e ancorades na Fundação Terra Mirim, Movimento Comunitário, no Vale do Itamboatá em Simões Filho, Bahia. Hoje, este grupo se reconhece como um Coletivo Floral, formado por sete mulheres: D. Mhinana, Zuca, Aylana, Oru, Erika, Lalita e Monique.
E como funciona o Coletivo Floral Terra Mirim?
O grupo se reconhece como um coletivo de experimentação, conexão, estudos e partilha de saberes sobre o Reino Vegetal e Essências Florais, que sustentam encontros semanais e/ou quinzenais com o objetivo de nutrir, fortalecer e impulsionar a realização das metas contidas no planejamento anual. Sim, este coletivo tem um planejamento anual, desenvolvido de forma coletiva e cheio de bioinspirações, que incluem desde o zelo dos campos, cuidado e conexão com o Reino Vegetal, colheita de flores para a produção das Essências Mãe, a imersões no campo dos florais, estudo das essências e fórmulas, realização do evento anual Exultação Floral, oficinas, atendimentos individualizados e muito mais.
O Coletivo Floral está com inscrições abertas para todes que queiram fazer parte do grupo de experimentação! A proposta desse grupo de experimentação é aprofundar o estudo de um Floral ou fórmula, ou seja, cada um/a através do uso contínuo desta terapia, poderá sentir, perceber e aprofundar em seu próprio corpo como atua a frequência de determinada flor ou flores. Durante esta jornada, cada participante terá o acompanhamento do Coletivo Floral.
Caso você tenha interesse em participar, ou saber mais detalhes, basta responder esse breve questionário, através do link: clique aqui.
Além do grupo de experimentação, estamos preparando novidades, AGUARDEM! Vamos desabrochar estados de maior harmonia, equilíbrio e beleza, através das flores em nossas vidas! Será uma alegria te receber.
Reino Vegetal: um louvor à força da vida
As ERVATEIRAS ficam muito felizes em partilhar as reflexões e estudos realizados sobre o Reino Vegetal. O reconhecimento pela Ciência (Neurobiologia) desta Matriz Vegetal e da inteligência, descentralizada e cooperativa que a constitui, abre um campo vasto de pesquisa e de confirmação das bio-experiências sensitivas e ritos sagrados, que realizamos neste Centro de Luz Terra Mirim.
Selecionamos um trecho do livro “A incrível viagem das plantas” de Stefano Mancuso, agradecendo este mês de dezembro, que traz em si como as sementes, a celebração do Novo:
“Sementes espalhadas pelo vento ou rolando pelo chão; espalhadas pelos animais e por insetos; espalhadas pela ondulação da planta-mãe ou graças a mecanismos de propulsão; pela dessecação do fruto ou ao contrário, pela hidratação e sabe-se lá por quantas outras formas mais. Todo ano descobrem-se diferentes e refinadas estratégias que as plantas desenvolvem para aumentar as chances de germinação das sementes. Na variedade de formas, procedimentos e meios, pode-se vislumbrar a ação incessante do impulso para a propagação da vida, que as levou a todos ambientes possíveis da Terra. Nunca eliminando vidas, mas sim, abrindo caminho para outros seres”.
E assim o Coletivo Floral Terra Mirim vai fechando este ciclo e abrindo espaços para o novo que chega e transborda em luz e alegria. Desejamos um solstício de verão com um Natal pulsante a todes e que os portais de 2023 se abram trazendo abundância e nutrição para nossas raízes, para que possamos expandir a Consciência hoje e sempre, espalhando semente boa – como a Matriz Vegetal, em todas as direções e dimensões.
Referência e sugestão de leitura: MANCUSO, Stefano. A incrível viagem das plantas, São Paulo, Ubu Editora: 2021. is.