A Fundação Terra Mirim iniciou suas atividades trinta e um anos atrás a partir do sonho da nossa XamAM Alba Maria, a sonhante original. Inicialmente, a atual Fundação era estruturada como Centro de Luz, recebendo buscadores do Brasil e do mundo que se uniam em busca de uma nova forma de viver.

Dedicados ao autoconhecimento através do estudo e da vivência das Tradições Sagradas, esses buscadores deram origem a um núcleo comunitário, que decidiu transformar Terra Mirim de espaço de vivência em morada permanente. A construção do espaço se deu junto ao processo de aprofundamento dos próprios membros na filosofia do xamanismo, e assim surgiram as sementes dos espaços que comporiam a paisagem do local. Terra Mirim tem uma história escrita por muitas mãos, que deixaram suas marcas seja na filosofia, na energia ou mesmo nas paredes dessa terra.

Passado o processo de estabelecimento físico e espiritual no local, a comunidade Terra Mirim se sentiu preparada para contribuir para o desenvolvimento social, ambiental e cultural da sua região. Buscando um resgate de valores iniciado no uso do nome original do rio da região, Itamboatá, os membros da comunidade passaram a expandir a filosofia da ecologia integrativa e, pouco a pouco, foram conquistando o respeito da população e das autoridades do local.

A aproximação foi cuidadosa, iniciando com os trabalhos da Escola Ecológica, e passando por um amplo mapeamento cultural e social da região, identificando potencialidades e peculiaridades culturais da área, historicamente deixada de lado pelas autoridades responsáveis. Diversos projetos foram levados à tona, com enfoque nas áreas de Educação, Cultura e Meio-Ambiente.

Atualmente, a Fundação Terra Mirim conta com uma equipe essencialmente feminina que busca permanecer com suas práticas xamânicas cotidianas e a reverência à Grande Mãe como norte, mas que não ignora a importância da prática política e do diálogo com outros grupos/instituições/fontes de saber para a construção de uma realidade mais digna. O trabalho de empoderamento do povo da região, assim como a própria busca pelo autoconhecimento, é contínuo e ininterrupto.